INTRODUÇÃO
Repensar a família, é buscar oportunidades nos desafios que se nos apresentam todos os dias na vivência do lar. O escritor F. Bastos de Ávila em seu livro (Introdução à Sociologia) diz: "A família é o único fenômeno social, além do fenômeno religioso, que se encontra em todos os tempos e em todas as culturas". No plano de Deus a família é uma ordem da criação (Gn 1:26-31; 2:18-25).
Isso nos ajuda a compreender o porquê a presença de Deus na família é imprescindível. Bernardino Conte disse: "A grandeza de Deus, compensa a pequenez do homem, está é a razão pela qual d'Ele não se pode prescindir". O salmista escreveu: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam..." (Salmo 127.1a) Se faltar tudo na casa, mas preservarem a presença de Deus, do nada Ele pode chamar tudo a existência.
Se a família é um projeto de Deus e existe para a Sua glória, qual a resposta que daremos às pessoas que freqüentemente perguntam: Por que famílias de pessoas boas fracassam? Por que bons casamentos terminam em divórcio? Como prevenir o adoecimento do relacionamento familiar? Quais são os sintomas que revelam que a família está doente?
I) QUANDO A FAMÍLIA PRECISA DE CURA?
1. Quando em nosso coração há uma desvalorização daquilo que ontem era precioso e de muito valor. (Ap 2.4) “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.”
· O pai se torna descartável; · O lar perde sua importância; · O irmão se torna dispensável. Eis a razão porque o divórcio é a apostasia do amor. Porque é a rejeição daquele(a) que um dia foi apaixonadamente desejado(a).
2. Quando o desejo de ir embora é maior do que o desejo de ficar, mesmo sem ter um motivo aparente.
O que o filho tinha? · ele tinha um campo, v.25 · estava cheio de novilho, v.30 · tinha uma casa para qual ele voltava no final do dia, v.25 · ele tinha amigos, v.29 · ele tinha empregados, v.26 · ele tinha acesso a boa música, v.25; Por que ele saiu? Por que ele foi embora? E porque tantos vão embora sem um motivo certo?
A Bíblia, diz: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Quando Jesus disse vigiai, era para vigiar o coração. Nada é tão perigoso como o nosso próprio coração.
· O filho pródigo foi traído pelo próprio coração.
· Sansão foi traído pelo seu coração.
· Davi foi traído pelo seu coração.
Está escrito em Pv 4.23 "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida".
3. Quando começamos a desejar "a morte do outro". "...pai, dá-me a parte a parte que me cabe dos bens..." (Lc 15.12)
Pedir a herança antes da morte do pai era desejar que ele morresse. Quantos maridos, esposas, filhos e pais vivem pensando e até dizendo: "Que bom se ele(a) morresse". Há pessoas que até ora, Senhor prepara e leva meu cônjuge, meu pai, meu filho, meu irmão e etc.
4. Quando dentro da família a festa do outro incomoda. "Ele se indignou e não queria entrar; ..." (Lc 15.28) No coração do irmão mais velho havia quatro fortalezas que precisam ser derrubadas na família.
1) A fortaleza da inveja.
A inveja não deixa o invejoso participar da festa que Deus está patrocinando. Thomas Brooks disse: "A inveja tortura as afeições, incomoda a mente, inflama o sangue, corrompe o coração, devasta o espírito; e assim se torna, ao mesmo tempo, torturadora e carrasco do homem". A inveja deforma, ela pode fazer um "querubim ungido" se tornar "um anjo caído", foi isso que aconteceu com satanás.
2) A fortaleza da vingança. O grande problema do irmão mais velho da parábola, era sua dificuldade para perdoar.
3) A fortaleza da amargura. Quem não perdoa faz do coração um poço de amargura.
a) Pessoas amarguradas são "tóxicas". O filho mais velho ao lançar no rosto do pai os pecados do filho que voltou, tentou provocá-lo para estragar a festa. (Lc 15.30)
b) Pessoas amarguradas passam a vida reclamando de um "cabrito", quando se tem um rebanho para usufruir. "...nunca me deste um cabrito..." (Lc 15.29) Os convidados estavam comendo churrasco e celebrando a vitória e o moço lá fora falando do "cabrito". A amargura é a raiz que dá origem à toda murmuração. Joice Mayer disse: "Murmure e não saia do lugar, louve e Deus te exaltará".
II) QUANDO A CURA ACONTECEU NESTA CASA.
1. Quando aquele que se perdeu se encontrou consigo mesmo caindo em si. (Lc 15.17). Toda mudança passa pelo reconhecimento, e o reconhecimento leva ao arrependimento.
3. Quando se tem a coragem de colocar para fora o que está envenenando a alma. O filho mais velho colocou para fora o que estava o matando dentro de casa. Na sua ignorância ele fez aquilo que pode desencadear um processo de cura. Ele jogou para fora toda sua. 1) Inveja; 2) Vingança; 3) Amargura; 4) Descontentamento com o pai. Será que nós pais sabemos como vai o coração de cada filho? Será que por detrás do silêncio dos nossos filhos não há uma alma em estado de angustia, amargura e dor? Essa conversa franca e honesta pode desencadear um processo de cura. Não adianta entrar na festa, manter a fachada e continuar morrendo por dentro.
4. Quando alguém escolhe ser o "agente de transformação" da casa.
1) O pai não desistiu da família como um projeto de Deus. 2) O pai não desistiu do filho que se rebelou e foi embora. (Esperou, recebeu, perdoou, restituiu e celebrou.) 3) O pai não desistiu do filho mais velho que estava cheio de amargura. Como o pai cura o filho infeliz: 1º: Chama-o de filhos; 2º: Lembra à intimidade, tu sempre estás comigo; 3º: Ele mostra a herança - "...tudo o que é meu é teu...". Não viva como escravo sendo filhos.
Não existe outro caminho que leva a cura de uma família, Só o caminho do perdão.
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